domingo, 27 de novembro de 2011

Exorcism

O que é exorcismo?

A Enciclopédia Católica (em inglês) define o exorcismo como "o ato de expulsar, ou repelir, os demônios ou espíritos do mal de pessoas, lugares ou coisas, que acredita-se estarem possuídas ou infestadas por eles, ou propensos a se tornarem vítimas ou instrumentos de sua malignidade". Resumindo, é um ritual realizado por padres católicos para expulsar o demônio.
Há vários tipos de exorcismo na Igreja Católica:

  • exorcismo batismal - abençoar uma criança antes do batismo para purificá-la do mal, resultado do pecado original;
  • exorcismo simples - abençoar um lugar ou objeto para livrá-lo da influência do mal;
  • exorcismo real - realizar o Ritual do Exorcismo para livrar um ser humano da possessão diabólica.

De acordo com a Igreja, o sinal da possessão demoníaca inclui:

falar ou entender linguagens que a pessoa nunca aprendeu (diferente de "falar em línguas", que é considerado um sinal de êxtase religioso, não de possessão);saber (e revelar) coisas que a pessoa não tem como saber;força física além da constituição natural da pessoa;uma violenta aversão a Deus, à Virgem Maria, à cruz e outras imagens da fé católica.


O Exorcismo

O termo exorcismo (em grego: exorkismós, "ato de fazer jurar", em latim: exorcismu) designa o ritual executado por uma pessoa devidamente autorizada para expulsar espíritos malignos (ou demônios) de outra pessoa que acredite estar num estado de possessão demoníaca. Pode também designar o ato de expulsar demônios por intermédio de rezas e esconjuros. O termo se tornou proeminente no início do cristianismo, no século II, com o início das expulsões de demônios. No entanto, a prática é bastante antiga e faz parte do sistema de crença de muitas culturas e religiões.

Em janeiro de 1999, o Vaticano emitiu um ritual de exorcismo revisado para ser usado pelos padres católicos. As diretrizes para conduzir um exorcismo compreendem uma única seção no Ritual Romano (Rituale Romanum), um dos livros que descrevem os rituais oficiais da Igreja Católica. Anteriormente, o ritual de exorcismo oficial data de antes de 1614.
Para realizar o ritual, o exorcista veste sua sobrepeliz e a estola roxa. O ritual de exorcismo é principalmente uma série de orações, declarações e apelos. Estas orações são livremente encontradas na "fórmula da súplica", na qual o padre pede a Deus para livrar o paciente do demônio ("Deus, cuja natureza é sempre de misericórdia e perdão, aceite nossa oração para que este Vosso criado, amarrado pelos grilhões do pecado, possa ser perdoado por Vossa amorosa benevolência"), e na "fórmula imperativa", na qual o padre exige que ,em nome de Deus, o demônio deixe o corpo do paciente ("saia, então, ímpio, saia, amaldiçoado, saia com todos os seus enganos, por Deus que quis que o homem fosse ser Seu templo").



Além da recitação, o padre borrifa água benta em todos na sala, coloca suas mãos no paciente, faz o sinal da cruz tanto em si como no paciente e toca o paciente com uma relíquia católica (geralmente um objeto associado a um santo).

Malachi Martin, um ex-padre jesuíta e autoproclamado (mas não oficialmente) exorcista, oferece informação extra sobre o exorcismo, mas tal informação não é endossada pela Igreja. Figura controversa no mundo católico, Martin revela no livro "Refém do Demônio" o que considera ser os estágios típicos de um exorcismo (Cuneo, 19-20):

presunção - o demônio esconde sua verdadeira identidade
ponto fraco - o demônio se revela
conflito - o exorcista e o demônio lutam pela alma do possuído
expulsão - se o exorcista ganha a batalha, o demônio deixa o corpo do possuído
"Refém do Demônio" causou polêmica na Igreja Católica. O livro supostamente detalha exorcismos reais que Martin afirma ter realizado, auxiliado ou testemunhado. Os exorcismos que Martin descreve estão no nível de "O Exorcista" em termos de ação e violência. Foi criticado pelos católicos, que acham que Martin fez sensacionalismo e, portanto, subestimou o poder do demônio. Mas se as cenas intensas de Martin não parecem verdadeiras para a Igreja e seus seguidores, como é um exorcismo real?

O exorcista





Se a Igreja decide que tem um caso verdadeiro de possessão nas mãos, que requeira um exorcismo, o próximo passo é indicar um exorcista para o caso. Geralmente é o mesmo padre que realizou a investigação, mas outro padre também pode ser indicado.
Expulsar o demônio não é parte das atividades diárias de um padre comum. A maioria dos padres nunca realizou um exorcismo. Essa é uma atividade praticada por muito poucos.

Números oficiais são raros de encontrar, mas "O Exorcismo Americano" relata que, em 1996, a Igreja Católica indicou 10 padres para a posição de exorcista nos Estados Unidos. Cuneo estima que no mundo todo o número gire em torno de 150 e 300, ao passo que outros relatam que esse número está entre 300 a 400 exorcistas oficiais apenas na Itália. Também há padres que não são exorcistas oficiais mas afirmam ter permissão do bispo local para realizar os exorcismos a seu critério. O ritual de exorcismo teve sua grande volta após estar quase extinto por todo o século XX.

Tradicionalmente, o exorcista católico passa por poucos treinamentos específicos para ajudá-lo em seu trabalho. Eles aprendem muito sobre o demônio e os riscos e manifestações do mal, mas o próprio exorcismo não é uma área especializada de estudo nos seminários. O que eles sabem é em razão de sua experiência no papel de padre e do ritual de exorcismoCatólico, que é o documento oficial que detalha as orações e os passos de um exorcismo.

Os exorcistas oficiais da Igreja Católica formaram sua própria organização em 1992. A Associação Internacional dos Exorcistas mantém reuniões semestrais em Roma e envia um boletim informativo trimestralmente a seus membros. No boletim informativo, os exorcistas falam das dificuldades ou dos casos interessantes (Cuneo, 266). Além disso, em 2005, a Academia Pontifícia Regina Apostolorum de Roma (universidade ligada ao Vaticano) começou a oferecer aulas de exorcismo.

Uma vez que a Igreja indica um de seus exorcistas oficiais para realizar o ritual, o próximo passo é conseguir que o demônio deixe o corpo da pessoa.


Visão Cientifica


A possessão demoníaca não é um diagnóstico psiquiátrico ou médico válido e reconhecido pelo DSM-IV e CID-10. Aqueles que professam a crença em possessões demoníacas por vezes descrevem sintomas que são comuns a várias doenças mentais, como histeria, mania, psicose, síndrome de Tourette, epilepsia, esquizofrenia ou transtorno dissociativo de identidade. Em casos de transtorno dissociativo de identidade em que a personalidade é questionada quanto à sua identidade, 29% são relatados como possessões de demônios. Além disso, há uma forma de monomania denominada "demoniomania" ou "demonopatia" em que o paciente acredita que está possuído por um ou mais demônios.

A ilusão de que o exorcismo funciona em pessoas com sintomas de possessão é atribuída por alguns ao efeito placebo e ao poder da sugestão. Algumas pessoas supostamente possuídas são realmente narcisistas ou sofrem de baixa auto-estima e agem como uma "pessoa possuída por um demônio" com o propósito de ganhar atenção.

O psiquiatra M. Scott Peck pesquisou exorcismos e alegou ter realizado dois rituais do tipo em si mesmo. Ele concluiu que o conceito cristão de posse foi um verdadeiro fenômeno. Ele derivou critérios diagnósticos pouco diferentes dos utilizados pela Igreja Católica Romana. Ele também afirmou ter visto as diferenças nos processos de exorcismo e de progressão. Depois de suas experiências e na tentativa de validar a sua pesquisa, ele tentou, sem sucesso, convencer a comunidade psiquiátrica para adicionar a definição de "Evil" para o DSM-IV. Embora os trabalhos anteriores ao de Peck tenham recebido aceitação popular generalizada, sua pesquisa sobre os temas do mal e possessões gerou um forte debate. Muito foi feito em tentar associar a imagem de Peck ao do polêmico Malachi Martin, um padre católico romano e um ex-jesuíta, apesar do fato de Peck tê-lo chamado de "mentiroso" e "manipulador". Outras críticas levantadas contra Peck incluem diagnósticos errôneos baseados na falta de conhecimento sobre o transtorno dissociativo de identidade (anteriormente conhecido como distúrbio de personalidade múltipla) e afirmações de que ele havia transgredido os limites da ética profissional, ao tentar persuadir seus pacientes a aceitar o cristianismo.

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